Os (des)caminhos do jornalismo: por que debater este tema?

 

Rayssa Natani

 

Desde a criação da prensa de Gutenberg o modo de fazer jornalismo sofre a influência do avanço tecnológico. Porém, a internet e as novas mídias têm revolucionado as redações e mudado a rota dos profissionais da comunicação em todo o mundo. Mas, para onde está indo o jornalismo? Esta é a questão principal a ser debatida na 4ª Semana da Comunicação (Seacom) 2015, realizada por alunos da Universidade Federal do Acre (Ufac), entre os dias 18 e 20 de novembro.

“O tema é importante para que a gente possa pensar como as mudanças na profissão estão afetando a qualidade dos conteúdos e produtos que oferecemos ao público. Hoje, temos mais tecnologia, profissionais mais preparados, mas, por outro lado, redações mais enxutas, salários menores e jornalistas que não vão mais à rua”, destaca o professor Wagner Costa.

Wagner se refere ao surgimento das novas mídias, ferramentas e tecnologias de disseminação da informação, que hoje estão ao alcance de todos e andam causando um grande impacto no meio social e, consequentemente, no jornalismo. Para acompanhar essas profundas transformações, as empresas de comunicação buscam se reinventar.

Entre as consequências significativas deste processo, e a precarização dos vínculos empregatícios; a maior preocupação com o furo em detrimento da apuração; as mudanças nas relações com a mídia tradicional; o grande número de produtores de conteúdos e as facilidades de acesso à informação.

 
Segundo a professora Juliana Lofego, para sobreviverem, os profissionais precisarão conquistar o seu espaço e se destacar tendo como norte credibilidade, confiança e responsabilidade com a notícia  que serão o diferencial para os leitores, perdidos em meio à avalanche de informações das mais diversas fontes:.

Para a professora, a universidade desempenha um papel de grande importância nesse resgate dos valores éticos dos novos profissionais. “A universidade deve estimular os acadêmicos a refletirem sobre qual a principal função social do jornalismo, seus caminhos, formas de trabalho e as possibilidades que surgem nesse momento de mudanças tecnológicas, que afetam o comportamento da gente em sociedade”, finaliza.